Com a pandemia vivida a partir de 2020, o espaço público ganhou uma importância ainda maior enquanto espaço privilegiado para o convívio, em segurança. Em todo o mundo, espaços públicos foram reconfigurados para privilegiar a mobilidade lenta, receberem atividades antes realizadas em espaços fechados, apoiarem ações de solidariedade e atividades de auto-cuidado. Nessa reconfiguração, a população de rua foi retirada de alguns lugares em ações de higienização para o conforto da classe média; noutros, ela cresceu devido à crise econômica. Para muitas atividades, que não puderam ser realizadas presencialmente, o espaço digital transmutou-se no espaço público possível. Em meio a todas essas reconfigurações, muitas cidades estão aproveitando para preparar os espaços públicos para a crise climática. Qual o papel dos cidadãos nessa janela de oportunidade para a reconfiguração do espaço público? Como podemos torná-los mais inclusivos e democráticos, apropriáveis por todos? Conseguimos hibridizar o espaço público físico com o digital, a nosso favor?

Convidados: Barão di Sarno (Instituto a Cidade Precisa de Você, São Paulo) e Maria Ester de Sousa (ARCA, Professora na PUC-GO, Goiânia).
Moderadora: Adriana Bernardi (CAU-GO)

Apesar de toda a tragédia vivida durante a pandemia, que ainda não acabou, pudemos aprender com a força e a experiência de diversas organizações sociais mobilizadas em redes de solidariedade, na adaptação de espaços públicos e privados, no levantamento e monitoramento de informações, na produção colaborativa e na partilha de conhecimento sobre importantes questões da vida urbana nesse momento de crise. No mundo todo, eclodiram experiências de produção tecnológica - ou tecnocientífica - de caráter solidário, com conhecimento produzido por e para as comunidades, contribuindo para sua autonomia e resiliência. O que aprendemos dessas iniciativas? Como podemos criar condições para preservar o conhecimento produzido em sentido bottom-up? Como expandir e fortalecer as redes de partilha de conhecimento e tecnologia, ajudando as comunidades que mais precisam? Conseguimos que as tecnologias analógicas e digitais se complementem e potenciem o conhecimento local?

Convidados: Liza Andrade (Professora na UnB, BR Cidades, Brasília) e Evelyn Gomes (Labhacker, Brasil).
Moderadora: Carol Farias (Sobreurbana, Goiânia/Lisboa)

Há décadas que vimos sendo alertados para a escassez dos recursos naturais e para as transformações que as atividades humanas têm estado a desencadear nos ciclos planetários. Com a sucessão de crises econômicas que temos vivido nos últimos tempos mais a crise sanitária da pandemia de COVID-19 - ambas as crises, econômica e sanitária, que acirram as desigualdades sociais e a pobreza, com promessas de serem cada vez mais frequentes - urge fortalecermos os movimentos, as práticas, os hábitos que poderão amenizar o horizonte de dificuldades que se vislumbra. Para muitos cientistas, as cidades são um meio privilegiado para o desenvolvimento de soluções que poderão reduzir o impacto da humanidade sobre o planeta, começando pela necessária regeneração da própria sociedade. Quais os caminhos já temos estado a trilhar no sentido de regenerar o ambiente em que vivemos? O que pode estar ao alcance dos cidadãos nessa tarefa de preparar as cidades para amenizar o impacto das mudanças climáticas? Como podemos fortalecer nossas comunidades e nossas redes de solidariedade para nos tornamos mais resilientes e proativos na recuperação da qualidade do ambiente em que vivemos?

Convidados: Gerson Neto (ARCA, Goiânia) e Taícia Marques (Periferia, Lima - Peru).
Moderadora: Bruna Arruda (Coletivo Centopeia, Goiânia)